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11 de out. de 2013

Mudaram as vocações...nada mudou?

Quando você escolhe um curso na faculdade e finalmente conclui que "sim, é esse mesmo!", bate um alívio, e no meu caso não foi diferente. Saber que não iria passar por anos de indecisão, testes vocacionais, reflexões e todo aquele blá, blá, blá característico da fase pré-vestibular me deixou muito eufórica e animada pra começar logo a faculdade. Passei no vestibular, comecei a cursar e... eis que me deparo com coisa pior!

Certo, talvez não seja tão ruim assim, porque pelo menos já dei o primeiro passo: quero ser uma jornalista. Mas e se eu não souber onde me encaixo dentro do próprio jornalismo? Isso é desesperador e essa semana estou mais desanimada do que nunca com minhas supostas vocações. Quando eu decidi entrar no curso, queria ser repórter de impresso mesmo, seja jornal ou revista...mas percebi que talvez não seja esse o meu caminho, já no primeiro período mudei de ideia. Depois, quis trabalhar com jornalismo cultural, por ter nascido numa região do Brasil que tanto amo e me identifico com a cultura...mas me dei conta de que não domino nenhum assunto em particular (música popular, literatura regional, cinema, gastronomia, etc.). Por fim, me encontro aqui, cogitando todas as possibilidades possíveis, experimentando e me perguntando se, algum dia, eu já tive uma vocação "forte" dentro do jornalismo.

Não é questão de desânimo com o curso, ou sequer desistência (NUNCA!), é pessoal mesmo. Acredito que exista alguma parte da minha personalidade que possa desdobrar em alguma vocação - me dar uma luz mesmo, pra cal caminho eu devo seguir. Mas enquanto essa parte importante não é revelada, penso e repenso em cada um dos meus gostos, das minhas possíveis vocações e minhas vontades atuais, e nada parece suficiente para me dar a confiança necessária para arriscar uma área. Atualmente, a maioria dos meus colegas de curso já sabem por onde, ao menos, desejam seguir (mesmo que mudem futuramente). Esse desejo deles, em mim, é substituído por uma vontade louca de saber onde me encaixo verdadeiramente.

Uma das soluções que posso testar é o aprofundamento em áreas que me cativam, como a música ou a literatura, por exemplo. Ou buscar conversas com jornalistas de várias áreas e entender o que cada um realmente faz (e, principalmente, se gostam de fazer). Mas o que me deixa mais "medrosa" nisso tudo é a sensação de que posso estar forçando uma vocação ou duas, ou três...posso estar indo para o lado contrário daquele onde realmente tenho potencial. Se é que tenho potencial.

Brincadeira, não estou tão dramática assim, potencial eu tenho, só estou demorando pra encaixá-lo em algum lugar. Mas fico aqui, no aguardo pelo "clique" do tal encaixe.
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4 de out. de 2013

O quanto você lê?

A pergunta do título parece simples, mas sinceramente, que tipo de escritor você pensa que é, se não lê? Eu sou uma leitora-escritora, mas leitora principalmente. Não digo que tenho a melhor escrita que já conheci, ou que sou um deus da escrita, mas ler é o passo inicial para um bom escritor. Durante os últimos meses, venho refletindo sobre pessoas que conheço que não cultivam o hábito da leitura; passei a observá-las, conferir o que escreviam e até questionei algumas vezes se eles costumavam ler, pelo menos, um livro por mês ou o jornal do dia. A maioria dessas pessoas respondeu que não... E aí eu fiquei preocupada.

Tenho sorte de ter uma mãe que me ensinou a ler e escrever muito cedo, porque se dependesse das escolas, dificilmente eu "pegaria" gosto pela coisa. Não lembro exatamente o que ela me dizia, mas obrigada mamãe por ter criado esses hábitos em mim - você tem uma parcela de culpa na minha escolha de profissão, caso esteja lendo isso. Esse estímulo que recebi na infância foi importante, ele é como uma base para o que me tornei. Mas e quem não recebeu esse estímulo? Ou continuam sem ler, ou só tomam gosto pela coisa mais tarde. O problema é que, me referindo ao curso de Jornalismo, enxergo muita gente evitando a leitura e querendo escrever. Não digo que não fazer uma coisa anula a outra, pois qualquer um é capaz de escrever, porém não creio que seja possível escrever bem sem uma base teórica, sem a leitura.

O que enxergo entre os aspirantes a jornalistas que me cercam é: eles querem ter seus textos lidos e apreciados, mas não buscam ler e apreciar os textos de outros. É só a  necessidade de destaque, a vaidade exacerbada ou a preguiça de exercitar a leitura? Não sei, mas eu posso afirmar que esses não-leitores são aqueles que mais possuem dúvidas quanto à gramática, coerência e coesão de seus textos. No fundo, a insegurança está lá, por isso tentam se reafirmar como escritores incansavelmente. Não os culpo por isso, porque todo mundo que escreve quer ser notado, reconhecido e elogiado - eu também, inclusive -, mas essa forma de egoísmo precisa dar espaço ao aperfeiçoamento. Uma chance, duas, três... Pois a leitura merece.

Ler não é só interpretar um texto, entendê-lo realmente exige mais paciência e absorver o conhecimento contido nele é, talvez, o grande "desafio" da leitura. Aos amigos que me pedem dicas (como se eu fosse alguma profissional... até parece!), eu sempre recomendo gramáticas, pesquisas sobre o assunto que deseja escrever, checar diferentes pontos de vista e, principalmente, a leitura de um livro/revista/artigo/qualquer coisa que seja de seu agrado, para tornar tudo mais prazeroso e fácil. Todo estudante de jornalismo tem a obrigação de ler, me perdoem a generalização (que eu detesto!), mas é verdade! Você não irá se tornar um grande jornalista se não tiver esse discernimento, infelizmente. Sei que ainda tenho muito a aprender e melhorar, essa aceitação me abre portas para ler mais e mais, portanto, estou em constante transformação e aperfeiçoamento da minha escrita - da personalidade também, mas isso já é papo pra outro texto. Então eu reafirmo: leiam, leiam, escrevam e leiam mais um pouco.

A leitura expande o vocabulário, te insere em outros pontos de vista, dá o poder de interpretação, aguça o seu lado crítico e te transforma como pessoa e futuro jornalista. Exercitar seu conhecimento nunca é demais, então não tenha medo de desafiá-lo com novas palavras, novos termos e novas ideias. O Jornalismo é uma área abençoada quando se trata de inserção em novos contextos e áreas, explore tudo isso o máximo que puder e, certamente, sua vivência e gramática irão transformar sua escrita. Ninguém nasce escrevendo, mas no fundo, só aprende lendo.