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5 de abr. de 2014

Missão: incomodar

Incomodar, cutucar, atiçar...não são verbos que gosto muito. Mas essa semana me peguei conversando sobre isso com alguns amigos: incomodar seria uma ação que busca a reação do próximo, certo? Mas porque isso me lembra tanto jornalismo?

Na relação entre jornalismo e população, sempre pergunto a mim mesma qual seria o papel da minha futura profissão para a sociedade, mesmo que meus professores afirmem e reafirmem isso em todas as aulas. Talvez eu goste de ficar descascando um assunto na minha mente até não aguentá-lo mais. Por exemplo, semana passada concluí que boa parte das pessoas querem um "jornalismo imparcial", jornalistas que são verdadeiros robôs repassando notícias e só; mas se eu não acredito em imparcialidade, estou prestando um desserviço àqueles que deveriam ser os beneficiados pela execução do meu trabalho?

Eis que hoje me veio à mente: e se o meu papel não for o que eles querem, e sim o que eles precisam? Embora afirmem o que querem, se um jornalista fizer da sua profissão o que eles precisam, serão reconhecidos? Com reconhecimento não quero dizer fama ou qualquer coisa do tipo, mas gratidão pelos serviços prestados. Se nos enfiam na cabeça que "o jornalismo é o quarto poder", podemos enfiar na cabeça de boa parte das pessoas (positivamente, naquele velho "unir forças") ou será que elas já perceberam sozinhas e por isso têm essa opinião nebulosa sobre nós?

Ok. Pergunto demais e sei de menos, já reparei.

Bom, até agora o que eu sei é que quero incomodar - não por pura implicância, mas para provocar reação...Aliás, já viu as notícias dessa semana? É isso que eu quero fazer, incitar à informação com reflexão. Porque pra mim, não basta aquilo que querem. Inclusive, informação sem reflexão é tão difícil de absorver! Decidi pelo curso pra ajudar (ser útil, finalmente!), porque antes de tudo, eu faço parte do conjunto de pessoas ao meu redor também - e continuarei fazendo. Acho que a relação perfeita para o jornalismo e a população seria aquela de humano para humano, antes de tudo, apontando o que está errado e o que tem conserto, exaltando o que vai bem e como continuar fazendo isso fluir. Sim, incomodando, atiçando, provocando, cutucando...até obter a reação. Essa é a verdadeira essência do jornalista que sempre enxerguei e quis (e que bato palmas quando reconheço em colegas da futura profissão).

PS. Já deu pra perceber que eu sou daquelas esperançosas incuráveis?

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